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Foto do escritorLorrane Cristine

Conhecendo o burnout materno.



Quando a mãe “deixa de funcionar” pois chegou à exaustão.


Uma mulher se torna mãe e bum!! Com um pequeno intervalo de meses ela própria e várias outras pessoas ao seu redor simplesmente esperam que ela dê conta de tudo, resolva tudo, sempre sorria, sempre tenha forças, nunca se canse…

É verdade que a maternidade dá sim alguns superpoderes às mães, mas essa capacidade de aguentar tudo está supervalorizada e longe de ser a realidade!

E olha que aqui nem vou entrar no mérito da dor do parto, da depressão pós parto ou da força que tem uma mãe solo… hoje esse texto é sobre o mommy burnout, ou burnout materno.


O burnout materno é a síndrome do esgotamento prolongado de uma mãe, que cursa com baixa autoestima, tristeza, falta de ânimo e interesse, dificuldade de identificar-se com si mesma, dificuldade de se reconhecer em seus papéis sociais, sentimentos de culpa recorrentes, pensamentos de impotência, insegurança, exaustão que não melhora com o repouso, variações do humor, irritabilidade, esquecimentos frequentes, insônia ou aumento do sono diurno, compulsão alimentar, entre outros. A fase de maior risco tende a ser os quatro primeiros anos dos filhos, quando as demandas são maiores.


A raiz do problema não é a maternidade em si, mas sim parece estar no acúmulo de funções nessa fase da vida, como os cuidado com o bebê(às vezes sem ajuda do pai), a profissão, o gerenciamento estratégico da casa e da saúde de todos ali presentes; isso tudo associado a uma rotina desgastante, que não permite autocuidado e descanso suficientes, nem investimento em atividades que sejam realmente pro crescimento pessoal da mulher; e por fim, a cereja do bolo, que é uma crença arraigada na sociedade de que a mãe tem que dar conta de tudo sem se queixar, o que acaba colocando ainda mais pressão para que a mulher “pife”.


Temos que lembrar que o burnout materno não é uma síndrome com registro em classificações de doença, mas também a maternidade não é uma profissão regulamentada com folga semanal e férias remunerada. Logo, se a mãe adoece por esgotamento, um dilema e tanto se instala.


Como ajudar uma mãe em burnout?

Em primeiro lugar, suporte familiar e psicoterapêutico. A disfuncionalidade e a duração do esgotamento podem exigir, inclusive, tratamento medicamentoso com um psiquiatra, e um bom terapeuta ajudará a decifrar se estamos diante desse momento. A psicoterapia também ajudará a derrubar algumas crenças de culpa e aumentar a autocompaixão dessa mãe.

Também precisamos fortalecer a rede de apoio dessa mulher, e uma boa psicoeducação da família é essencial, para que os cuidados com a criança e a casa sejam divididos. Não invalidar o cansaço daquela mãe falando sobre o seu próprio cansaço também ajuda a não piorar as coisas.

A mãe precisa redescobrir e se engajar em outras atividades de interesse para além da maternidade, e voltar a se enxergar em outros papéis que também são valiosos.

Leve essa mãe para algumas pausas ou momentos de lazer, fale de assuntos variados.


E, mãe, peça e aceite ajuda; dividir o que sente ou dividir tarefas não é sinal de fraqueza; e não se sinta egoísta em reservar um tempo só para você.

Não hesite em aceitar ajuda de um psiquiatra que atue na saúde mental da mulher, pois se um tratamento for mesmo necessário, a ajuda medicamentosa pode te devolver a um lugar de paz consigo mesma e com seus filhos. Se cuide.


Texto por dra Lorrane Morais.

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