A ativação comportamental é uma intervenção eficaz no tratamento da depressão grave, baseada na premissa de que a inatividade e a evitação mantêm e agravam os sintomas depressivos. A estratégia visa encorajar o paciente a retomar atividades que possam gerar reforços positivos, como interação social e tarefas cotidianas, rompendo o ciclo de isolamento. Neste contexto, a colaboração entre psiquiatra e psicólogo é essencial para a implementação eficaz dessa abordagem, garantindo que o paciente receba suporte tanto medicamentoso quanto psicoterapêutico.
O psiquiatra tem um papel crucial no manejo farmacológico, ajudando a aliviar os sintomas mais graves da depressão, como apatia e anedonia, que dificultam o engajamento inicial do paciente nas atividades propostas. O controle adequado dos sintomas através da medicação facilita o início da ativação comportamental, permitindo que o paciente tenha energia e disposição mínimas para se engajar nas tarefas e desafios propostos.
O psicólogo, por sua vez, utiliza a ativação comportamental para trabalhar diretamente com o paciente, ajudando-o a identificar atividades significativas e a planejar pequenos passos que possam ser incorporados em sua rotina. Essa abordagem permite que o paciente, mesmo em estado grave, comece gradualmente a sair da inércia depressiva, experimentando pequenas vitórias e recompensas ao se engajar em atividades que antes evitava.
A interação entre psiquiatra e psicólogo é crucial para garantir que o paciente receba um tratamento ajustado às suas necessidades. O psiquiatra ajusta a medicação conforme a resposta do paciente, enquanto o psicólogo oferece suporte emocional e técnico durante as sessões de terapia, ajudando o paciente a superar os desafios comportamentais que surgem ao longo do tratamento. Esse trabalho conjunto maximiza as chances de uma melhora consistente e duradoura.
Em suma, a ativação comportamental, quando conduzida de forma coordenada entre psiquiatra e psicólogo, tem um impacto significativo na recuperação do paciente gravemente deprimido. A combinação do alívio medicamentoso com a intervenção terapêutica comportamental promove uma reintegração gradual do paciente em suas atividades diárias, rompendo o ciclo depressivo e aumentando a qualidade de vida.
Texto por dra Thalita
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