Os sites de apostas esportivas e outros jogos de azar que explodiram no último ano e que aparecem a todo momento em nossas redes sociais, TV e e-mail podem aumentar os casos de vícios em jogos?
Sendo as BETS legalizadas, apostas podendo ser feitas a qualquer momento, com quase todos os tipos possíveis (gols, faltas, placar etc), e estando vinculadas a uma paixão do brasileiro, logo ganharam muito espaço em nossas casas.
Mas este espaço já tem refletido em buscas ao consultório psiquiátrico.
No Brasil estima-se que 12% da população realiza apostas (em geral) regularmente e 1% da população prenche critérios para o jogo patológico, que é quando a relação do apostador com o jogo se torna problemática.
A causa do transtorno de jogo é multifatorial, ou seja, há a interação entre fatores biológicos e psicológicos. Entre os fatores de risco associados ao envolvimento em jogos os mais comuns são: sexo masculino, alta impulsividade e estilo emocional baseado em raiva e estresse. Não parecem ser fatores de risco raros por aí!
Resumidamente, o vício passa pelo envolvimento de vias cerebrais que regulam a neurotransmissão de dopamina e o sistema de recompensa cerebral. Quando há uma experiência positiva inicial, geralmente com ganho de dinheiro, há a liberação de dopamina nesse centro do prazer, gerando uma euforia inicial. O cérebro então associa essa sensação com o jogo, fazendo você jogar mais.
No entanto, apesar do aumento na frequência, a fase de perdas que se segue é inevitável. Mas o “cérebro” já não sabe mais parar, ele busca jogar mais e mais para tentar recuperar o dinheiro perdido, e aquela euforia inicial não é mais sentida, estabelecendo um estado chamado “tolerância”. Para conseguir sentir sintomas euforicos novamente, os jogadores tendem a aumentar o valor investido e a frequência das apostas.
O jogador vai então acumulando dívidas, pedindo empréstimos e entra em uma fase chamada de “desespero”, na qual muitas consequências ruins podem acontecer.
Todo esse processo cíclico se assemelha muito a outros vícios, como por exemplo o vício em cocaína e álcool, então, não deve ser minimizado.
Para saber mais sobre o jogo patológico e outros transtornos do impulso, acesse nosso blog e leia as matérias completas.
(Texto por Dra Isadora Gondim)
Kommentare